Com o boom, em todo o Brasil, de casas centenárias tornando-se lares, surgem dúvidas na hora da decoração: como dar um toque contemporâneo aos casarões de bairros como Santo Antônio Além do Carmo, por exemplo, mas mantendo o espírito antigo e clássico? Confira sete dicas dadas pela arquiteta Marilindi Venturin, que atua com projetos arquitetônicos, design de interiores e preservação do patrimônio, sendo uma referência na área no sul da Bahia:
- Respeite a história, mas sem abrir mão do seu estilo
Antes de iniciar qualquer reforma, é essencial avaliar se as mudanças são realmente necessárias. “Muitas vezes, a riqueza do imóvel está nos seus detalhes originais. Podemos combinar elementos históricos com um design mais clean e materiais neutros, criando um contraste elegante e harmonioso”, explica Marilindi.
- Restauração: o que vale a pena manter?
Portas, janelas e adornos arquitetônicos costumam ser peças de grande valor histórico e estético. “A fachada, por exemplo, pode ter detalhes esculpidos ou uma inscrição com o ano da construção. Esses elementos contam a história do imóvel e devem ser preservados sempre que possível”, orienta a arquiteta.
- Mais funcionalidade sem perder o charme
As necessidades das famílias mudam com o tempo, e os espaços das casas antigas nem sempre acompanham essa evolução. Para equilibrar passado e presente, Marilindi sugere pequenas adaptações. “Podemos restaurar um móvel de época, adaptando-o para uma nova função, ou integrar soluções inteligentes, como armários planejados, sem comprometer a essência do ambiente.”

- Soluções modernas que combinam com o estilo original
A tecnologia pode ser uma grande aliada na modernização de imóveis antigos. O cimento queimado, por exemplo, é um recurso clássico que continua em alta. “A madeira também é um ótimo elemento de conexão entre o antigo e o novo. Além disso, substituir algumas janelas por vidro pode melhorar a iluminação natural sem descaracterizar o projeto”, destaca Marilindi.
- Cores e materiais que preservam a identidade da casa
Pesquisar o estilo arquitetônico da época e analisar fotos antigas pode ajudar a recuperar a paleta de cores e os detalhes originais. “Essa análise permite decidir se devemos restaurar elementos perdidos ou apenas buscar inspirações da época para integrar ao projeto”, afirma a arquiteta.
- Modernização sem grandes obras
Quem deseja modernizar sem intervenções invasivas pode optar por soluções estruturais mais leves. “Para adicionar um pavimento, há opções como lajes treliçadas ou nervuradas. Se for necessário erguer paredes, o drywall pode ser uma alternativa prática. E até mesmo os telhados podem ser renovados sem perder a estética original, mantendo telhas coloniais ou substituindo por modelos mais modernos”, sugere Marilindi.

- A valorização vai além da casa: o impacto na vizinhança
Preservar um imóvel histórico não é apenas um investimento pessoal, mas também uma forma de contribuir para o bairro e a cidade. “Bairros bem conservados podem atrair incentivos da prefeitura e até se tornarem pontos turísticos. Isso movimenta o comércio local e estimula mais moradores a investirem na preservação de seus imóveis”, ressalta a arquiteta.
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