O mestre Tonho Matéria está em Moçambique apresentando as ações da Associação Sociocultural e de Capoeira – Bloco Carnavalesco Afro Mangangá. As atividades, que fazem parte das homenagens aos 100 anos do mestre Canjiquinha, estão acontecendo em lugares como o Orfanato Dom Orione (Zimpeto Maputo-cidade); Galeria Porto de Maputo (Maputo-cidade); o Auditório Municipal da Matola (Maputo-província), no novo edifício do Conselho Municipal de Maputo; e o Instituto Guimarães Rosa (Maputo-cidade), além do bairro de Bagamoyo.
Dentro da programação das ações, o público está tendo a oportunidade de conhecer o documentário Mestre Tonho Matéria – Vida de Um Capoeira, que conta a trajetória dos 50 anos de prática de capoeira de Tonho. Além da exibição, há a apresentação musical com a Banda Utopia (Mafalala e Sinfonia Africana), oficinas de Marrabenta (música-dança típica de Moçambique) e atividades como dança afro, percussão, samba de roda, maculelê, puxada de rede, passeio turístico, exposição e uma palestra sobre a vida do mestre Canjiquinha.
Para o professor Nuno Mandingueiro, um dos membros e coordenador da Mangangá em Maputo, o projeto faz parte de uma Política pública que é o edital da salvaguarda da capoeira, por meio da Política Nacional Aldir Blanc — Ministério da Cultura. “Esse projeto é de fundamental importância para a capoeira. Não podemos ficar somente em território nacional e estadual. É necessário ser compreendido por todas as pessoas do mundo. E principalmente, nós moçambicanos”, afirmou Mandingueiro.
O evento conta com o apoio financeiro da Secretaria de Cultura da Bahia, Governo do Estado da Bahia, PNAB, Ministério da Cultura e Governo Federal.
As ações fazem parte do projeto Artes em Movimento, desenvolvido pela Mangangá, que há 24 anos promove ações socioculturais contribuindo para o incremento da igualdade racial e combate ao racismo, discriminação racial, intolerância religiosa e prepara meninos e meninas de baixa renda para o mercado de trabalho através de cursos.
Para Tonho Matéria, capoeira é arte e movimento e deve girar o mundo. “É preciso que a sociedade entenda a importância da capoeira como ferramenta de inclusão. Lutamos por políticas públicas voltadas para a prática da arte. O projeto vai se alargando. No mês de novembro, estaremos levando as ações e atividades para o recôncavo baiano. E falar sobre Canjiquinha, uma figura da velha guarda da capoeira, que nos deixou em 1994 e que poucos sabem sua história e legado, se faz necessário”, acrescentou Tonho, dirigente da Mangangá e idealizador do projeto.
Foto de capa: divulgação
