Nesta entrevista exclusiva para o Conecta PR, Nina Queen e Adriano revelam como a canção “Astros do Rock’n Roll” nasceu de um momento absolutamente cotidiano — um pão caseiro que demorou mais do que o esperado — e acabou se tornando um retrato fiel do início arrebatado da relação. Entre bastidores, referências musicais e a força emocional que sustenta o trabalho, o casal apresenta uma declaração de amor que agora ganha o mundo em forma de música.
O que motivou vocês a transformarem o início do relacionamento em uma canção como “Astros do Rock’n Roll”?
Nina – Só de lembrar eu começo a rir! Adriano nem gosta muito que eu conte essa história, mas o início da nossa relação seria trágico, se não fosse lindo. Nos conhecemos em um aplicativo de namoro e demoramos um pouco para marcar o primeiro encontro. Eu imaginava um jantar romântico, mas ele me chamou para… caminhar na Barra! Logo eu, que detesto caminhar. Mas já estava naquele momento de vida em que a gente diz “vamos ver no que dá”, e fui.
Durante a caminhada, o papo fluiu. Na volta, ele disse que tinha uma reunião e que queria me ver mais tarde. O que eu não sabia é que essa reunião era, na verdade, uma resenha com os amigos — regada a cerveja — e eu acabei levando um bolo! Fiquei indignada e passei um mês o evitando.
Até que, em 8 de abril de 2022, eu estava em um barzinho com um amigo, no Rio Vermelho, e ele apareceu. A noite foi ótima. De lá, seguimos para A Borracharia, curtimos até tarde e, do nada, ele perguntou: “Quer ir comigo ao aniversário do meu primo amanhã?; respondi que sim!
Quando chegamos ao aniversário, levei um susto: estava a família inteira: mãe, irmãs, tios… Pessoas encantadoras, por sinal. Entre drinks, risadas e muito papo, seguimos para a casa dele, onde a madrugada virou uma mistura de interfone tocando sem parar, pedidos de comida, violão e até uma música que começamos a compor juntos.
No domingo fomos à praia e, depois, encontrar os melhores amigos dele. E, diante de todos, ele se ajoelhou e me pediu em namoro! Aceitei, meio sem acreditar no que estava acontecendo. No dia seguinte, liguei para dar bom dia e saber como ele estava. Ele respondeu: “É segunda-feira, vamos caminhando…”. Questionei e ele, com a maior naturalidade, disse que tinha repensado e não estava preparado para namorar.
Na hora eu rebati: “Pois se vire, porque agora você vai namorar sim!”. E aqui estamos nós, grudados até hoje.
Adriano – Já estávamos juntos há cerca de dois anos. Como acontece com muitas das nossas músicas, eu estava tocando violão na sala quando surgiram a harmonia e a melodia. Nina se aproximou e começou a cantarolar uma letra. Quando terminamos, percebemos que estávamos falando justamente do início do nosso namoro.
O detalhe curioso é que, nesse dia, minha sogra tinha decidido fazer um pão caseiro. Ficamos esperando o pão assar — e ele demorou muito mais do que imaginávamos. Enquanto esperávamos, a música foi ganhando forma. Posso dizer que, graças ao atraso do pão da minha sogra, o mundo hoje tem “Astros do Rock’n Roll”.

Como foi o processo criativo ao lado de Geo Benjamim na direção musical? Quais elementos marcaram essa produção?
Nina e Adriano – Quando chegamos ao estúdio da UVD, já tínhamos uma ideia prévia de arranjo, construída com nossos músicos depois de tocar a canção ao vivo em um show. O Universo Verde Digital é um ambiente muito inspirador, e reunimos toda a banda para passar o som um dia antes da gravação.
Geo percebeu rapidamente que o tempo original da música poderia ser outro e sugeriu essa mudança. Ele também propôs a inclusão de um órgão Hammond, trazendo a canção para o clima das grandes baladas dos anos 60, 70 e 80. A presença dele no estúdio trouxe segurança, experiência e uma série de orientações que elevaram o trabalho de todos envolvidos.
A faixa traz influências de nomes como Aerosmith, Queen, Raul Seixas e Roberto Carlos. Como essas referências moldaram a identidade da canção?
Nina – Meu gosto musical é muito amplo. Tenho uma base bossanovista, um coração dividido entre Madonna e Lady Gaga, e muitas outras referências que formam o meu universo artístico. Todas essas influências — as que você citou e as que eu carrego — acabam se misturando e nascem de nós dois, aleatoriamente, em forma de música.
Adriano – Comecei a tocar teclado aos três anos. Meu pai era apaixonado por Roberto Carlos, então cresci ouvindo aquelas baladas românticas com órgãos, pianos e cordas. Na adolescência, descobri Raul Seixas, Queen, Guns N’ Roses e o rock brasileiro — Engenheiros, Cazuza, Lobão, Ultraje, Titãs. Tudo isso molda meu jeito de compor até hoje. Em “Astros”, essas referências aparecem naturalmente, especialmente nos timbres e na atmosfera da música.
A letra fala de entrega, superação e coragem. Como esses sentimentos refletem a trajetória de vocês como casal e como artistas?
Nina – A vida é um grande desafio em todas as áreas. É preciso força, coragem e uma fé inabalável para atravessar cada etapa. Mas, quando existe amor verdadeiro, tudo se sustenta. A letra fala exatamente dessa confiança na fortaleza que construímos juntos.
Adriano – Desde o início, enfrentamos desafios que exigiram coragem e unidade. Acredito que Deus uniu duas pessoas que se completam. Nosso trabalho é sustentado por amor, respeito e confiança. Sabíamos que nada seria fácil, mas também sabíamos que não era obra do acaso termos nos encontrado. Hoje, entendemos que temos um propósito: levar nossa mensagem e inspirar outras pessoas a acreditarem em si mesmas e viverem com plenitude.

“Astros do Rock’n Roll” é apresentada como uma declaração de amor atemporal. O que vocês esperam que o público sinta ao ouvir a música?
Nina – Espero que as pessoas se sintam vivendo uma grande história de amor naquele instante — com intensidade, paixão e entrega.
Adriano – A música fala individualmente com cada um. Espero que “Astros” chegue como conforto para quem precisa de uma palavra amiga, ofereça uma melodia acolhedora e traga uma letra que inspire.
Ouça “Astros do Rock’n Roll” no Spotify
Fotos: divulgação
